a insônia tem sabor de sonhos ainda não começados na iminência de se realizarem mas impedidos pelo ruído estridente do maquinário cerebral
sonhos que nunca verão a luz do dia tampouco a luz do sono oriundos de uma mente frágil e inquieta incapaz de ter um pensamento [quem me dera um pesadelo!] para que uma fagulha de vida nascesse em minhas entranhas
a insônia tem sabor de mágoa uma cachoeira de lágrimas salgadas que flui pelas correntezas do arrependimento eternos erros passados e infinitas certezas de falhas no futuro
a mais completa certeza do erro é pensada de maneiras infindáveis na cama de um lado para o outro do outro para o lado certeza da decepção cometida minha mente com sono oficina de insegurança
a insônia tem sabor de morte uma morte da esperança esperança de talvez acordar cedo para um novo dia tem sabor podre da morte que se esconde sob minha pele deste meu corpo que dorme até cinco da tarde [em uma terça feira comum]
a insônia tem sabor agora, de tanto pensar em sabores além de cansado e irritado estou com fome
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