Macaco do séc. XXI – Poema

Macaco do séc. XXI

Logo quando caí do galho,
Sun Wukong me segurou pelo cangote
e gritou: u u u u u u u.

Os bonobos me espiam.
Fujo fujo fujo
não sou não não sou não.
Cuspo o bonobo para fora do peito.
ele grita sem parar

Metrô descascando os trilhos.
Macaco aranha não cobra bilhete.
Rápido pulando pelado,
pelas persianas dos prédios.
Eu pulei fui mais.
obstáculo na linha azul

Há a pele lisa,
sem pelos sem grito.
Mico martirizado.
Editou a genética
e fez a barba.

Genes, por que me fizeste comum,
se sabias que eu era Deus,
se sabias que não sou meu vizinho.

Tango orango orango tango,
se eu fosse um caçador,
poderia tocar um orangotango.
Caco macaco caco,
não sou, não?

Eu não deveria pular,
mas essa vodka,
mas esse barbeador,
estão me cortando.
Trezentos e treze espécies de macacos

extintas

PS: Paródia do poema “Poema de Sete Faces”, de Carlos Drummond de Andrade

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