
sonho
perdido
errando nas vielas de
um palco onírico
e a realidade
uma espiral ao mesmo ponto de antes
sonhei com você esta noite
(ou nos vimos semana passada?)
irrelevante
[apenas sentir]
angústias em todo lugar
ferindo minha pele imunda
me faça fugir
[para algum lugar bom
escapo
admiro a imensidão
retorno
minha carcaça corpórea
sou?
prisioneiro da carne
eterno fluido transcendente
não te vejo mais
capto apenas impressões
[que escorrem igual suas lágrimas naquela noite]
do que um dia nós fomos
meu cristalino converge toda a realidade
em uma fotografia opaca de mim mesmo
não esboço mais
nem sentimentos nem razões
nenhum rascunho de alma nasce do meu lápis sem ponta
tão presente e tão longínquo
por dentro grito
[mas não preste atenção
queimo minha face com o rubor
a falsa lanterna que me dá esperança
e proclamo
mas danço conforme o palco
e a plateia
não lembro mais
perdi a lembrança da maciez do seu toque
acho que esqueci quem sou
